quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mamãe de menina


"Um dia eu contei seus dedos e beijei um por um."

Desejo do fundo do coração que a Naomi possa ter a experiência de ser mãe e em especial também  de uma menininha, porque o que sinto por ela e vivo com ela é muito bom! Mais do que querer que ela saiba o que sinto, quero que ela também tenha o presente de sentir e viver tudo o que só a maternidade proporciona.

Hoje reli esse livro lindo e, como todas as vezes, chorei. Não tem como não chorar.


O nome dele é Algum Dia, Alison Meghee e Peter H. Reynolds, Editora Martins Fontes. Ganhamos da minha amiga Val, como lembrança do nascimento da sua filha Ana Clara, que é 1 mês mais velha que a Naomi.
O livro é assim: uma mãe conta pra sua filha (já criança) lembranças de quando ela era bebê e imagina coisas que sua menina ainda vai viver na infância, na juventude e na vida adulta, quando seguirá seu caminho e algum dia também poderá sentir o que ela sente, sendo mãe.
Tem uma frase que diz: "Algum dia verei você escovar os cabelos de sua filha."
O livro é "uma ode simples mas muito intensa ao potencial do amor e da vida".


O meu marido e papai da Naomi tirou essa foto que ilustra o post ontem à noite e subiu no seu Flickr. Depois de ler e reler o livro e chorar e chorar e comentar na foto dele, resolvi registrar (e atualizar) aqui.


Vou lê-lo muitas e muitas vezes pra Naomi. E quem sabe "algum dia" poderei passá-lo para ela, quando estiver esperando uma menininha. Fará todo o sentido.




Pronto, agora eu encharquei o teclado. Procurando o link para colocar no título do livro, achei esse texto:

“E, quando chegar esse dia, meu amor, você se lembrará de mim”

Declarações de amor costumam ser delicadas como uma flor, mas tão resistentes como uma árvore centenária. Porque o amor real não exige contrapartida. É incondicional, portanto. O amor dispensa bela aparência, e se alimenta do próprio coração amoroso.
Algum dia é uma história e uma declaração de amor. Talvez o livro que mães de várias partes do mundo escreveriam para seus filhos. Mães que sonham com o futuro, vivem o presente e guardam com delicadeza a memória dos tempos que se foram.
A autora Alison McGhee, com frases curtas - mas cheias de sentimento - fala do amor de uma mãe por sua filha. Com o correr da vida entendemos que cada pessoa é singular, porém, mães amorosas são uma espécie única. Elas costumam lembrar toda noite que é preciso escovar os dentes, e fazer o dever da escola. Mas também adoram ler histórias e depois olhar a filha dormindo.
Elas (as mães verdadeiramente amorosas) também têm outra coisa em comum: o tal amor incondicional. Por isso, as frases delicadas da autora em
Algum dia são um passeio pela vida de mãe e filha. A primeira, sabendo, mesmo antes de acontecer, que aquela garotinha que já foi seu bebê terá muito o que viver. Vai sentir alegria e tristeza, enfrentar algumas dores e vitórias.
E também irá se arriscar para que sonhos se tornem realidade. De menina será adolescente, depois mulher, e possivelmente uma mãe amorosa. E o segredo do tempo é que ele passa, mas nos dá as delícias da memória. Por isso, essa mãe do livro
Algum dia nos remete a mães de todas as etnias, países, crenças. Ela carrega a memória da infância da filha – sabe que o tempo passa, mas nunca pára. Este eterno e irreversível processo pode nos levar a todos os lugares do mundo – a uma floresta escura, que é como o crescer, o que pode dar a sensação de estar perdido. Ou a delícia de balançar bem alto, uma sensação inesquecível que é também como uma comemoração, quando descobrimos que crescer pode doer um pouco, mas o ciclo da vida é compensador.
Todos crescem. Por dentro e por fora. Mãe e filha de
Algum dia partilham de um sonho – estar juntas acompanhando o tempo. A menina vira mulher; a mãe uma senhora. A menina enfrenta obstáculos, desfruta prazeres, fica triste, se apaixona.
E um dia a menina, que já é mulher, vai embora. Porque todos têm o direito de trilhar caminho próprio, fazer escolhas. A mãe sabe que a partida não é despedida. Que seu trajeto de mãe poderá ser refeito pela filha. Ela pode ter um bebê, e, assim como sua mãe, embalar o sono e acariciar os cabelos de sua filha. E uma lei que deveria ser natural da vida (infelizmente, nem sempre é) o bebê que se tornou menina, e que se tornou mulher, vai também envelhecer. E justamente, quando chegar esse dia, ela vai se lembrar da mãe, porque terá dentro dela as memórias da infância, da meninice e da juventude. E sentir toda a intensidade do amor entre mãe e filha. 


(Texto veiculado no Jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. 
Fonte: http://www.wmfmartinsfontes.com.br/detalhes_assessoria_destaquemidia.asp?id=62)